sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Mais tempo na escola, mas para quê? Desafio da Escola Margarida Gondim.

Aumento de carga horária só levará à melhora do ensino se o período estendido se relacionar a um projeto pedagógico de qualidade

Ampliar o período que a criança passa na escola não garante o aumento das oportunidades de aprendizado nem a melhoria da qualidade do ensino. Para um resultado positivo, as novas atividades precisam ter conexão com o projeto pedagógico da escola e devem ser oferecidas por profissionais afinados com os objetivos da instituição. 

O Brasil possui experiências variadas nessa área e até mesmo por isso o assunto tem gerado muita discussão nas esferas governamentais e entre pesquisadores. Em outubro de 2011, o Ministério da Educação (MEC) reuniu representantes de entidades como a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) para discutir a ampliação da jornada escolar. O encontro resultou em uma proposta, a ser encaminhada ao Congresso Nacional, com a meta de em cinco anos ampliar a duração da carga diária de aulas de quatro para cinco horas, em dez anos, para seis, e em 15 anos, para sete. Paralelamente, o Plano Nacional de Educação (PNE) propõe que 50% das instituições públicas de Educação Básica ampliem sua jornada até 2020. 

A questão não é nada nova. Figuras célebres como Anísio Teixeira (1900-1971) e Darcy Ribeiro (1922-1997) criaram escolas com tempo estendido e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1996, determina que deve ser "progressivamente ampliado o período de permanência na escola". 

Para agregar as iniciativas de aumento do horário existentes no país e estimular a implantação delas em novas escolas, o MEC criou em 2007 o programa Mais Educação. Participam dele 15 mil escolas, que oferecem atividades optativas no período extra e já demandaram 1 bilhão de reais em investimentos. As realidades encontradas nessas instituições são bem diversas, com alguns aspectos positivos e outros preocupantes. 

A pesquisa Educação Integral/Educação Integrada e(m)Tempo Integral: Concepções e Práticas na Educação Brasileira, publicada em 2009 pelo MEC e várias universidades, concluiu que em 65% dos casos estudados os esportes são contemplados nas horas acrescidas ao dia letivo. As aulas de reforço, que podem melhorar o desempenho do estudante e oferecer momentos de aprendizado individualizado, são realizadas em 61,7% das escolas. Com um percentual menor vêm as de Arte e de Informática, entre outras. 

A ampliação de quatro para cinco horas é relativamente simples, pois permite dois turnos diurnos. Mas, com horários maiores, a situação complica e aumenta a necessidade de investimentos para mais salas de aulas (e mais escolas), infraestrutura e contratações... 

http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/mais-tempo-escola-679008.shtml


A Escola Mararida Gondim está com esse desafio, pois a mesma não disponibiliza estrutura física adequada para a realização das Oficinas de Horta, Música, Danças e Campos do Conhecimento. É importante a participação não somente do Governo Municipal mas também o comprometimento de toda a Comunidade do Outeiro. O grupo gestor na visita a qual fizemos no dia 19 de agosto demonstrou muita preocupação com mistura de força de vontade para que as oficinas aconteçam a partir de setembro. Diante de tudo isso esperamos que haja melhorias na aprendizagem e na qualidade de vida de seus educandos que deve ser compartilhada e entendida por todos os envolvidos no processo.

Em breve esses espaços serão ocupados pelas oficinas do Mais Educação.

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